sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

AMÁLIA BAUTISTA-POESIA ESPANHOLA CONTEMPORÂNEA



Nudez de mulher



Para ti nunca fui mais que um pedaço
de mármore. Esculpiste no meu corpo
um corpo de mulher branco e bonito,
nele não vislumbraste mais que pedra
e o orgulho, esse sim, de teu trabalho.
Jamais imaginaste que te amava
e que me estremecia, quando, doce,
moldavas meus seios e meus ombros,
ou alisavas minhas coxas e meu ventre.



Amalia Bautista nasceu em Madrid, em 1962.
O poema, extraído de Cárcel de amor,
narra a paixão da estátua pelo seu escultor.

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