domingo, 24 de abril de 2011

Trêmula, poesia mexicana contemporânea



A palavra medo treme
Talvez porque tenha nascido sem armas
Não tem dentadura nem forças nos membros
Faltam-lhe sombra e cabelos que a envolvam
É uma ideia imprecisa no ventre na garganta
Aperta os músculos e geme sem saber a causa
Vomita tudo aquilo que ainda não come
Esvazia-se antes de ser
Nessa palavra encolhida como coelho acuado se aninha o ar
o olhar interrogante que faz despontar o nariz
e cheira o passo de luz na floresta


tradução: Ronaldo C. Fernandes

José Ángel Leyva nasceu em Durango, México, em 1958. Poeta, narrador, editor, promotor cultural, jornalista. Dirigiu diversas publicações, entre elas, destacam-se as revistas de poesia Alforja e La Otra. Atualmente é coordenador de Publicações da Universidade Intercontinental.

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