segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Exilados, conto de Jádson Barros Neves

*Menção honrosa no concurso Guimarães Rosa da RFI em 1994


O navio era branco e deslizava na linha do horizonte, em mar ensolarado, sereníssimo, e desvaneceu-se com a lufada de ar que atingiu o rosto de Mábio. Então, Mábio descobriu-se na mesma cama onde dormira na noite anterior, com a mesma dor de cabeça e a mesma náusea de suas manhãs. Depois, embora plenamente acordado, não se sentia com ânimo para deixar o leito junto à janela aberta: o pequeno retângulo onde naufragava um pedaço de céu cinza e baixo, a plenitude da oitava manhã de chuva, a de domingo.
Do dia anterior, recordava muito pouco. A manhã, com uma espécie de sereno esfarinhado castigando o mundo, galopara velozmente. Depois do meio-dia, ainda sem comer nada, ele havia entrado no salão de sinuca e tomado a primeira dose de uísque. Lembrava-se de ter bebido mais cinco doses, antes de pegar o taco e aproximar-se dos homens que jogavam vida e dizer-lhes: “Também embarco nesta”. Vencera algumas partidas; depois começara a perder seguidamente, suando muito, ofuscado pela luz crua da lâmpada que iluminava o relvado da mesa de sinuca.
Numa hora incerta do final da tarde, aconteceu a algaravia dos homens e mulheres que assistiam às partidas, o mergulho inexorável da última bola na caçapa de alumínio, o olhar triste e vasto de Débora e a rajada de vestido azul, quando deixou o salão às pressas. Entre o instante de risos, quando tinha visto Horácio contar o dinheiro, e o instante em que aparecera no quarto, no útero da noite avançada (apoiando-se à porta, louco por cama e contra todo resmungo de Débora, que piscava por causa da luz acesa), havia uma enorme zona de silêncio.
Débora estava sentada diante do nublado espelho do guarda-roupa. Nua, de costas para Mábio e penteava o cabelo em silêncio. Quando viu o par de olhos chamejantes fixando-a do fundo do espelho, algo a trouxe da lembrança dos prados verdes e das tardes de mar para a manhã nublada. Então, voltou para a cama. Depois, invertida no espelho, Mábio via-lhe parte do cabelo negro esparramando-se sobre o ombro e o delicado leito da medula fundindo-se sutilmente às pequenas nádegas.
A barriga crescia vagarosamente. Provavelmente Mábio nem perceberia a mudança, de tão distraído. Barriga mínima: talvez herança da mãe. Ou talvez o fruto de Mábio fosse de parco caroço. Talvez isso. Apenas isso.
– É no que dá, passar a noite na chuva, como um cachorro sem dono, ela disse, limpando com a ponta dos dedos a maré dos olhos.
Jogada a um canto do quarto, havia uma valise de couro, que, surrada de tantas viagens inesperadas e arremessos súbitos em quartos de hotéis baratos, acabara por perder o brilho e exalava um cheiro de coisas antigas, quando aberta. Débora permaneceu agachada sobre ela o tempo indispensável para retirar o mercúrio, o esparadrapo e a gaze. Limpou a ferida da perna de Mábio e fez o curativo. Depois, foi ao banheiro. Arrumou sobre a pia o pedaço de sabonete, a lâmina de barbear e o espelho. "Pronto”, ela disse.
Auxiliado por ela, Mábio vestiu-se. Foi para o banheiro com uma toalha jogada sobre o ombro. "Vista-se também; é tarde para andar assim pelo quarto”. Encolhendo-se sobre o estômago, livrou-se do vômito que lhe causava ânsias desde cedo. Em seguida, por duas vezes tentou afinar o bigode, mas estragou uma das pontas e preferiu livrar-se dele. Vendo o olhar sério que o encarava do fundo do espelho, pensou na crosta de estragos invisíveis que o tempo vai deixando silenciosamente sobre os objetos e as pessoas. Lembrou-se da mãe, a essa hora da manhã costurando na sala, perto da janela que se abria para o quintal, onde nessa época do ano acontecia o incêndio das roseiras vermelhas. Falou sobre isso para Débora.
Ela não o ouviu, absorta na contemplação da paisagem. A maioria das casas próximas ao rio eram construídas sobre palafitas, portas e janelas cerradas. Na vasta desolação cinzenta, cinco araras vermelhas passaram gritando, quase roçando com as asas o céu que parecia feito de espuma. Depois ficou apenas o silêncio sobre o mundo. Mábio voltou do banheiro alisando o cabelo com os dedos.
– Pode demorar um pouco, Mábio, mas a enchente atingirá o hotel.
– Vamos, ele disse.
Caminharam ao longo do corredor escuro e úmido. Ele ia à frente, meio fatigado, claudicando a perna direita; ela tinha os olhos fixos na tênue poça de luz do final do corredor.
A coisa de que eu mais gostava lá em casa, nesta hora do dia, era ficar à mesa da cozinha, olhando a luz que se coava por uma telha de vidro e caía direto sobre a mesa. E eu me lembro bem das tardes em que chegava mais cedo da escola, andando pelos campos próximos, até nossa casa. Tirava os sapatos, corria por um estreito caminho entre palmeiras e ia me sentar na areia, ficando lá às vezes até o escurecer, quando então o céu inchava de estrelas e as últimas jangadas dos pescadores cortavam o horizonte. Poderei um dia mostrar isso à criança? Algum dia poderei?
– Passa da época de sairmos daqui, Mábio...
– Tão logo a chuva acabe, iremos embora.
– Tenho medo de você sumir novamente nos garimpos e eu ter que continuar cozinhado aqui também.
– Não desta vez.
– Antes você também prometeu. Já se passaram mais de dois anos. O que temos hoje, além do que possuíamos quando saímos de casa?
– Agora será diferente...
Chegaram à sala dos pássaros, que estava vazia. As gaiolas ficavam penduradas nas paredes, cobertas por panos escuros. Uma única lâmpada amarela brilhava no teto. Débora saiu por uma porta lateral e sumiu na cozinha.
Para enfrentar o dono do hotel, que fazia contas num caderno imaginário, Mábio tossiu e bateu com os nós dos dedos na mesa de recepção.
– Queria saber o que aconteceu com os pássaros, disse.
– A chuva faz com que murchem, o outro respondeu sorrindo e sem levantar os olhos.
Talvez por um simples costume do corpo, os homens e as mulheres já haviam se reunido no salão. A claridade das lâmpadas suspensas liquefazia-se no ambiente. Mesas de madeira dispunham-se em forma de semicírculo, de dois lados do salão onde se bebia e comia. A mesa de sinuca ficava no centro. Mábio ficou encostado à porta, reconhecendo os mesmos rostos do dia anterior. Horácio, branco e alto e com o cabelo vermelho assanhado, estava ao lado da porta da rua, atrás de algumas garrafas de cerveja. Perto dele, o capanga. Calados, os homens olharam Mábio, até que uma mulher pegou a bola branca e ficou jogando-a contra as tabelas. Em coro, os homens desviaram o olhar de Mábio para a mulher, e, em seguida, para a porta de entrada: na rua, a chuva recomeçava.
– Parece que vai chover o ano inteiro, suspirou a mulher que brincava com a bola.
– É o inverno, apenas começando, disse um dos homens.
– E nós, senhor Mábio, quando começamos?, perguntou o Horácio.
– Quando o inverno passar, eu creio, respondeu Mábio.
Uma gargalhada eclodiu pelo salão, quebrando o encanto da chuva. Mábio pediu uma dose de vermute. Às costas dele, a gaveta foi aberta. Podia imaginar a mão emborcada puxando violentamente a gaveta, abrindo-a, o choque ríspido das bolas sendo puxadas duas a duas, ou três a três, conforme a mão, e devia ser três a três e a mão devia ser de Horácio. E outra vez o choque das bolas sobre a mesa.
Os que contemplavam o vazio da rua descobriram o homem primeiro. Mábio o encontrou na curiosidade dos outros e na de Horácio, ele na porta, a mochila de couro presa às costas, gotejando chuva pela capa, derramando os olhinhos oblíquos e miúdos pelo salão. Houve um momento em que abandonou a atitude de pedra e sacudiu-se como um galo. Passou pelos homens, deixando atrás de si um pequeno desastre de chuva e lama. Disse guturalmente "Senhores”, com um leve cumprimento de cabeça, indo em seguida para a recepção.
Ficaram sabendo que o homem não viera para ficar, que pagara três diárias adiantadas, andara perguntando sobre farmácias, remédios e sobre parceiro para umas partidas de sinuca. Cerca de meia hora depois, reapareceu. Vestia uma camisa xadrez e usava o cabelo negro penteado para trás. Os olhos de índio espalharam-se novamente pelo recinto. Pediu uma dose de aguardente, que bebeu de um gole. Depois, ficou junto de Mábio, observando, até que, parecendo retornar de um país distante, anunciou:
– Dois dias a pé pela mata. Os homens estão morrendo de malária no acampamento. Nenhum avião tem descido. Tive que atravessar uma longa trilha caiapó, até chegar ao porto de um pequeno vilarejo e conseguir a embarcação.
– Você veio de barco?, perguntou Mábio.
– Não propriamente um barco, respondeu o homem, mas algo como uma canoa para quatro pessoas, com motor de popa. Acompanhava-me um sujeito que nunca dizia nada. Subimos o rio durante a noite inteira e um pedaço da manhã, debaixo de um chuvisco irritante, e ameaçados pelos troncos que flutuavam no rio.
– Então há barcos passando?, perguntou Mábio.
– Não, não há, eu consegui convencer o sujeito a me trazer gastando o dinheiro de mais de um mês de trabalho. Ele deve ficar aqui três dias, até conseguir remédios. Depois retornaremos.
Durante umas duas horas, contou sobre as noites e os dias no acampamento da selva; como a malária começara um mês antes e havia dizimado oito homens. Pediu uma garrafa de aguardente que esvaziou até a metade, porém conservava os mesmos olhinhos imperturbáveis, serenos, dois lagos escuros, num rosto de pouco mais de vinte e cinco anos, moreno e liso. Revelou também como tinha acordado em certa manhã remota de sua vida para encontrar morta a mãe, no quarto ao lado. Foi quando decidira sair pelo mundo. Falou quase ininterruptamente, acompanhado pela platéia atenta, silenciosa, até que sua voz se tornou cansada e pedregosa. Então se calou.
Débora aparecera duas vezes trazendo carne frita. Na terceira vez, servia uma mesa próxima à de Horácio, quando este a abraçou pela cintura, suspendendo-a __ um breve, agitado instante. Depois a soltou, dando-lhe uma palmada nas nádegas. Desfazendo-se do avental e cuspindo palavrões, ela correu para o quarto. Os homens acompanharam a cena calados, enquanto Horácio e o capanga riam. Mábio desceu do banco, pegou uma cadeira de ferro e caminhou para a mesa de Horácio, o rosto ultrajado, cego. Talvez fosse realmente bater com ela, mas o pararam a tempo.
– Acalme-se, disse o dono do hotel, colocando-se à frente de Mábio. __ Você não tem nenhuma chance, eles estão armados.
Mábio afastou a mão do homem e pousou a cadeira no piso. Foi para o quarto, fazendo o percurso de volta pela penumbra do corredor. Demorou alguns segundos, em pé, segurando o trinco da porta. Encontrou Débora deitada de bruços na cama. Aos soluços, ela mastigava um rosário de impropérios. Trancou a porta e deitou-se ao lado dela. Esteve falando sobre a dificuldade da vida de ambos e, como das outras vezes, prometeu irem embora logo que passassem as chuvas. Ela o ouviu sem contestar, porque algo na voz dele vinha murmurante como a água. Dizia que seria diferente, que em breve estariam outra vez ouvindo o mar. Ela terminou por se aquietar, dormindo com um braço atravessado sobre ele.
Ele também adormeceu, e acordou no meio da tarde, com a gritaria dos homens no salão, abafada pelo barulho da chuva que recrudescera no telhado de amianto. Levantou-se __ o braço de Débora caiu suavemente na cama. Saiu na ponta dos pés, encostando a porta. Horácio e o estranho jogavam. Havia apostas para os dois lados. As mulheres torciam pelo estranho. No final da partida, aproximando-se do companheiro de Horácio, Mábio disse:
– Aposto todo o meu dinheiro como seu patrão perde as partidas seguintes.
– Como tem tanta certeza?, o homem perguntou.
– Palpite.
– Aceito.
Agora que observava os dois jogando, uma espécie de ansiedade de águas incertas havia ancorado nele. Apostara o único dinheiro que lhe restava. Se perdesse, já imaginava que teria de mandar Débora embora primeiro, seguindo-a depois. Sentia ferver dentro de si um enorme desejo de vingança. "Só poderia mesmo apostar em outro, já que não sou bom o suficiente para derrotá-lo”, pensou.
O capanga de Horácio assistia às partidas fumando calado.
Com grande facilidade, o estranho ganhara a primeira partida. Horácio reclamava do calor que fazia no salão fechado. A pedido do rapaz, as portas foram abertas: a cidade jazia diluída na chuva, uma única torrente vertical, sem princípio nem fim. O rapaz jogava concentrado, em silêncio, como se ele próprio fosse uma extensão do taco, tornando o olho esquerdo mais e mais apertado a cada tacada, medindo cada passo e cada inclinar sobre a mesa com uma cautela cirúrgica. Então venceu a terceira partida e disse que se sentia cansado após tantas partidas.
Afastava-se em direção à sala dos pássaros, quando ouviu a suas costas e para que todos ouvissem:
– Maricas! Só pode ser maricas.
– Como, senhor?, perguntou o rapaz, virando-se e vendo Horácio, enorme, vacilante, os olhos vermelhos, segurando uma faca.
– Maricas, estou dizendo que só pode ser maricas, repetiu.
– Sinto muito, senhor, mas não sou.
Em seguida, Mábio viu quando o rapaz entrou rapidamente na sala dos pássaros e desapareceu no corredor, seguido de Horácio; este, acompanhado do capanga. Mais tarde, quando lembrasse o episódio, tentaria imaginar como havia sido o movimento de volta: o primeiro disparo, o capanga correndo na frente, saindo para a chuva; o segundo disparo, Horácio estrebuchando na madeira do assoalho, e o gemido de morte que se ouviu e que não se poderia dizer se ocorrera antes ou após o grasnido de um pássaro assustado na gaiola.
No silêncio que nasceu, viu quando o homem guardou a pistola e parou diante do corpo inerte de Horácio. Atrás, estava Débora, esmaecida na pouca luz.
– Gostaria que o senhor entregasse minhas coisas ao homem do barco, na terça-feira. Ele saberá o que fazer com elas, disse o rapaz, da porta, para Mábio.
Puxou a gola da camisa sobre a nuca. Saiu para a chuva, e foi a última vez que o viram.
Sobre o balcão, estava o dinheiro da aposta. Ao ver Débora guardando-o entre os seios, Mábio disse:
– Pegue só a metade, que é nossa. Não foi uma aposta muito honesta.
Ela, porém, guardou-o todo.
Era quase o final da tarde. Mábio pediu uma garrafa de uísque. Bebia a quarta dose, quando o pistoleiro de Horácio apareceu acompanhado de três policiais. Um deles parou de frente para Mábio. Encarando-o, perguntou:
– Quem matou o homem?
O dono do hotel, que sumira no momento da confusão, agora lavava copos, agachado atrás do balcão. Foi quem respondeu:
– Um sujeito que veio e sumiu na chuva.
– E por quê?
– Problemas com jogo.
Mábio se lembraria perfeitamente do corpo suspenso, carregado para fora, pelos quatro homens. Bebeu um grande gole da garrafa. No começo da noite, três cobras-do-ar, quase transparentes sob as lâmpadas, debateram-se entre garrafas vazias, estiveram voando e fazendo festa pelo salão. Atravessaram em seguida a porta por onde entrara e saíra tanta gente naquele dia. Exausto e embriagado, Mábio adormeceu debruçado sobre a mesa. Foi acordado no começo da madrugada, pelo canto de um socó. O salão estava completamente imerso nas trevas. Tateando no escuro, conseguiu achar o interruptor. Ficou cego momentaneamente, com as mãos sobre os olhos, por causa da súbita claridade. Abriu as portas e viu a rua adormecida. A chuva cessara e soprava uma brisa fria. Ainda havia nuvens no céu, prateadas pela luz da lua, e também algumas estrelas. De retorno ao quarto e acendendo a lâmpada, pensou acordar a Débora mas, de repente, sentindo-a tão feliz no sono, preferiu desligar a luz. Deitou-se, sorrindo, e puxou o lençol sobre os dois, sem dar muita importância à perna machucada.



imagem retirada da internet: Ernest Descals

12 comentários:

  1. Mais um conto de mestre do querido Jádson Neves ^^

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  2. Belíssimo conto. Bem elaborado, bem escrito. Parabéns.

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  3. A leitura me fez viajar...o conto daria um ótimo roteiro de hq e/ou curta-metragem.

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  4. Um grande gosto chegar a este blogue.Tentarei
    voltar.Cumprimentos

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  5. Feliz pelo convite e encantada
    magnífico conto muito bem conduzido
    foi um prazer te ler.
    Deixo meus aplausos e parabéns
    Abraços poéticos

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  6. Belo conto amigo! já estou seguindo, se quiser compartilhar seu trabalho em meu blog é só avisar, estou as ordens.
    http://lasociet.blogspot.com/
    Até mais, abraço amigo!

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  7. Maravilhoso conto, com uma leitura que prende, narração eloquente...perfeita imaginação e inspiração ! Parabéns prezado escritor !

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  8. É isso aí Poeta, bacana seu conto. Abraço.

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  9. Agradeço pelo carinho, pela atenção e pelo tempo de todos os que leram esse pequena história que, em algum tempo remoto de minha vida, fulgurou como uma estrela cadente. Abraços.
    Jádson Neves

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  10. Concordo com a Anita. Merece um belo curta. Exímio escritor que cria harmonia da diegese narrativa com o ambiente e o cenário DINÂMICOS como o todo de seu texto. O uso rico e original de figuras de linguagem são extensão de uma atmosfera de embates, lutas e jogos.
    Um conto único.
    Impagáveis:
    "uma espécie de ansiedade de águas incertas havia ancorado nele"
    "Falou quase ininterruptamente, acompanhado pela platéia atenta, silenciosa, até que sua voz se tornou cansada e pedregosa"
    "...o gemido de morte que se ouviu e que não se poderia dizer se ocorrera antes ou após o grasnido de um pássaro assustado na gaiola."
    "Foi acordado no começo da madrugada, pelo canto de um socó"

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  11. Magnífico conto! Parabéns! Deixo meus aplausos !

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