quarta-feira, 7 de novembro de 2018

O matadouro, poema RCF





O respirar lento
das cafeteiras
no silêncio imóvel
do apartamento
(vapores e tardes,
no feriado dos anos).
Sobreviver
como um pássaro
pousado na boca de um cão.
A alma seca e austera.
Vou à rua
trago o peso das compras
e a sugestão das vendas
                                   nos olhos
– tenho a esperança
dos bois de matadouro.


(Estrangeiro, 1997)


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