domingo, 24 de maio de 2020

A voragem, poema RCF




Lasar Segall Meus avós, 1920 óleo sobre tela 90 x 73,5 cm Museu ...


Os vestígios da delicadeza são incinerados,
o piso da sala é um seco pasto devastado.

As bocas de lobo das suspeitas
nos naufragarão
com sua voragem de ferro
ou sua garganta de cimento.

O remorso se estende
nos platôs das prateleiras,
sob o mormaço das gavetas. 




(do livro Matadouro de vozes, 2018)





(do livro Matadouro de vozes, 2018)

Nenhum comentário:

Postar um comentário