quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Feria Internacional del Libro de Guadalajara, 500 autores

El próximo sábado 24 de noviembre comenzará la Feria Internacional del Libro (FIL) de Guadalajara, uno de los eventos literarios más importantes del mundo. Desde ese día y hasta el domingo 2 de diciembre, unos quinientos escritores de veintiocho países participarán de las diversas actividades programadas.
FIL 2012La edición 2012 de la FIL tendrá a Chile como nación invitada. Un centenar de autores, músicos, pintores y artistas en general formarán parte de la delegación, que tendrá a Jorge Edwards como máximo referente.
Una exhibición que mostrará la colección de caracoles del poeta Pablo Neruda, homenajes a Roberto Bolaño, Nicanor Parra y el propio Neruda, la exposición de ejemplares históricos de “Condorito” y un concierto de Los Jaivas formarán parte de las actividades chilenas en Guadalajara, informa El Espectador.
El peruano Alfredo Bryce Echenique, por su parte, tendrá el honor de recibir el Premio FIL en Lenguas Romances. El desarrollo de la Cátedra Mario Vargas Llosa (impulsada por el Instituto Cervantes de España), un tributo a Carlos Fuentes (con la participación del director de cine Alejandro González Iñárritu, el pintor Vicente Rojo y el ex presidente de Chile, Ricardo Lagos, entre otras personalidades) y la investidura de Víctor García de la Concha como doctor honoris causa por la Universidad de Guadalajara serán otras de las actividades relevantes.
El listado de escritores reconocidos que se sumarán a la FIL 2012 es impresionante: a los ya mencionados, hay que agregar a los españoles Fernando Savater y Juan José Millás; los estadounidenses Jon Lee Anderson y Jonathan Franzen; el argentino Eduardo Sacheri; el serbio Goran Petrovic; la colombiana Laura Restrepo; y los mexicanos Margo Glantz y Jorge Volpi, entre muchos otros nombres mencionados por medios como El Informador.
La directora de la FIL, Nubia Macías, destacó que América Latina está “viva” y agregó que es hora que “nos leamos a nosotros mismos”, según recoge Excélsior. Medio millar de autores dirán presente en México para impulsar dicha misión.

(fuente: poemas del alma)

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Rui e Machado por Fabio Coutinho


Rui Barbosa

 Uma das mais belas peças de retórica da Literatura Brasileira é a oração de adeus de Rui Barbosa a Machado de Assis. Muita gente boa acha que vem a ser o melhor discurso de despedida jamais pronunciado em nosso país. Ora, direis, ouvir estrelas: era Rui exaltando Machado, ou seja, o notável advogado homenageando a memória do maior escritor do Brasil.
          Mas o que disse Rui Barbosa naquela triste manhã de 30 de setembro de 1908, no Cemitério de São João Batista, no Rio de Janeiro ? Inicialmente, o registro da designação da Academia Brasileira de Letras para trazer ao amigo o "coração de companheiros". A partir daí, uma sucessão de reflexões sobre a existência e a obra de Machado de Assis, ressalvando, porém, que sua vontade era falar "senão do seu coração e da sua alma."

Com efeito, Rui assinala que o grande morto "não é o clássico da língua; não é o mestre da frase; não é o árbitro das letras; não é o filósofo do romance; não é o mágico do conto; não é o joalheiro do verso, o exemplar sem rival entre os contemporâneos da elegância e da graça, do aticismo e da singeleza no conceber e no dizer; é o que soube viver intensamente da arte, sem deixar de ser bom".
            E prossegue na tocante reverência a Machado, fixando-o como "modelo de pureza e correção, temperança e doçura; na família, que a unidade e devoção do seu amor converteu em santuário; na carreira pública, onde se extremou pela fidelidade e pela honra; no sentimento da língua pátria, em que prosava como Luís de Sousa, e cantava como Luís de Camões; na convivência dos seus colegas, dos seus amigos em que nunca deslizou da modéstia, do recato, da tolerância, da gentileza. Era sua alma um vaso de amenidade e melancolia."

Perto de concluir o adeus a Machado de Assis, Rui Barbosa a ele se dirige, vendo-o a caminho da outra parte da eternidade: "Mestre e companheiro, disse eu que nos íamos despedir. Mas disse mal. A morte não extingue: transforma; não aniquila: renova; não divorcia: aproxima."
             A oratória acadêmica de Rui engloba algumas outras pérolas, como a célebre Oração aos Moços (discurso na Faculdade de Direito de São Paulo, na condição de paraninfo dos bacharelandos de 1920) e o Elogio de Castro Alves, por ocasião da celebração dos dez anos da morte do Poeta dos Escravos, em 1881. São passagens extraordinárias da vida nacional, verdadeiros marcos de nossa civilização tropical. Nada, porém, como o Adeus a Machado de Assis, um daqueles raros momentos da História em que ela é escrita ao mesmo tempo por quem parte e por quem fica, ambos contemporâneos do futuro.

A propósito de Rui Barbosa, vale sempre lembrar que 5 de novembro, data de seu natalício, é o Dia Nacional da Cultura. Sobre Machado de Assis, creio tratar-se da própria personificação daquilo que ele expressou no poema Versos a Corina, da primeira edição (1860) de seu livro Crisálidas: "Esta a glória que fica, eleva, honra e consola".
 
 

FABIO DE SOUSA COUTINHO, advogado e bibliófilo, é autor de biografias de Alfredo Pujol (2010) e Lafayette Rodrigues Pereira (2011), editadas pela Academia Brasileira de Letras.