quarta-feira, 30 de março de 2022

Brincadeiras, poema RCF

 



 

 

A alegria é de couro,

o sonho é de lata,

o enlevo é de plástico.

 

O cavalinho monta montanhas.

A tabuada contou

histórias de números.

No circo perto de casa,

o trapézio balançava

meu medo noturno.

 

Aprendi a ler

a gramática das plantas,

o alfabeto dos pássaros,

embora fosse analfabeto de como ser filho.

 

As madeiras surdas e mudas

só sabiam interrogar

com o braile dos cogumelos.



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