sexta-feira, 26 de agosto de 2022

Forma e reforma, poema

 


 

 


 

 

 

Ando cansado de ser ereto.

Minha quinta coluna

está infiltrada por entroncamentos.

 

Tampouco gosto

do método do rastejo.

Muito menos penso na morte

e sua voracidade horizontal.

 

Queria ser pluma,

mas tenho medo

de não saber flutuar.

 

As vezes que flutuei

fui levado à tonelada

da falta de ar.

 

Penso em reformar,

mas azulejo meu desatino

– tino que se desata –,

ergo a parede do início

e temo a argamassa do informe.

 

 

 

 

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