segunda-feira, 19 de setembro de 2022

Subidas e descidas, poema

 


 


 

 

 

Haverá subidas

que não são idas,

e, sendo volta,

deverão chamar-se

subvoltas.

 

Haverá descida

que não é ida

e, sendo volta,

deverá chamar-se

desvolta.

 

Minha casa

fica numa desvolta

ao fim da tarde.

O trabalho,

que é íngreme

– todos os trabalhos são íngremes –,

fica, depois do almoço,

numa subvolta.

 

Então me pergunto:

A morte é uma subvolta

– aos céus, quem sabe –

ou uma desvolta

– aos infernos,

de onde nunca saímos?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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