quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

Origem, poema

 


 

 

 

 


 

Todo homem é seu veículo.

Um veículo de duas pernas.

Os pneus de passos,

a alavanca dos braços

e a estrada dos pés.

 

Um homem em pé

é sempre um belvedere.

A matéria, que é bípede,

luta com o pensamento réptil.

 

Gosto das estradas que têm desvios

e me pergunto se enveredei

para uma marginal que tem mãos duplas

que mais freiam que ofertam.

 

Meus olhos têm o vício do radar.

Não quero viver uma vida cheia de placas

a limitar a velocidade do pensamento.

A vida é sempre pulsante

a 80 batidas por minuto.

 

Toda origem se alimenta do fim de algo morto.

 

 

 

 

 

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