quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

Lavoura, poema

 


 

 


 

 

 

Em todo outono

minha mão desabrocha.

Rego-me com dúvidas

que são bom adubo.

 

Abaúla-se meu tronco,

alguns paradoxos                                          

penduram-se nos galhos

e roubam-me

os frutos da certeza.

 

O outono ara meus pés

plantados no chão.

 

Meus braços espigam,

meus olhos d’água

me brotam de ternura

pelos bichos da terra

tão pequenos.

 

 

                                          

 

 

 

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