segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

Flauta, poema RCF














Encontraremos o clarinete dos uivos
antes de aborrecer as paredes.


A areia movediça das interrogações 
nos moerá 
e a numismática dos retratos 3x 4 
revelará 
o susto impresso.


No bolso, as chaves criam 
o molho do destempero.


Ainda ouviremos o pio das freadas
inquietando o acelerador de nervos.


Cai uma chuva  
de pingos que exclamam
e chaves de interrogação
que não encontram 
a resposta das portas.



(do livro Matadouro de vozes. Rio: 7Letras, 2018)




Nenhum comentário:

Postar um comentário