quarta-feira, 5 de março de 2025

Corpo ilícito, poema

 

 


 

 






 

 

Teu corpo ilícito

heroína minhas vontades.

Estou dependente dele

como um sol na veia.

Não sei viver

sem o vício do teu corpo.

O narcótico dos teus beijos

injeta em mim

a anestesia do mundo.

Sem ele, estou em abstinência

e não sobrevivo

à droga da vida.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

A pirâmide e os pobres, poema

 


 







 

 

 

O poder é

um caminhão sem freio,

cheio de negros

e pobres na caçamba.

Os negros e pobres

têm vocação egípcia:

vão continuar

a ser piso da pirâmide.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

sábado, 15 de fevereiro de 2025

O fósforo e a exaustão, poema

 

 

 


 

 

Os fósforos se imolam

consumidos pelo fogo.

Mas para mim

são a imagem da exaustão

que os consomem.

Sinto que um dia

morrerei como um fósforo,

um homem exausto de viver

e consumido

pelo fogo da vida.