Pensei
em ser mais simples
–
simples como estou sendo agora –
e
que mais simples
podia
supor Deus
e
que, no efêmero,
estaria
a aposta do divino.
Tranquei
então as metáforas
que
suam suas facas de dois gumes
e
evitei os desvios
que
são esquinas das palavras
para
me mostrar
mais
cordato com o dia.
Quis
ser solar
como
uma laranja
e
exibir os dentes
na
maciez das frutas maduras,
mas
descobri, não tem jeito,
que
sou turvo
como
os rios
que
se enroscam
e
noturno como uma nota musical
numa
sala vazia.