É
preciso que a memória amoleça
e,
no verão abafado das imaginações,
o
poema aconteça.
Retira-se
o pó das reticências,
que
é costume parar à espera
do
trânsito das ideias
e
ao sinal amarelo dos zelos.
Depois
invoco não a infância,
que
é um poço
de
conversas desencontradas,
na
varanda do tempo,
mas
o haraquiri do presente,
por
sua vez cortante e invernal,
como
um kamikaze
busca
o seu pouso
no
alvo que é o seu fim.