sexta-feira, 5 de maio de 2023

Tapa na cara, poema

 


 

 


 

 

Faço papel de que vivo,

mas vivo do papel.

Nada me escapa

a não ser o ladrão

que está nas entrelinhas.

 

Viver nas entrelinhas

é perigoso

como afogar-se no seco,

nadar pelo ar

e mergulhar nas calçadas.

 

Preciso de um miligrama de letra,

um pedido de oração,

uma dose de tinta impressa

e um comprimido de página