quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022
O sonâmbulo, poema RCF
ganhou, entre outros, os prêmios de Revelação de Autor da APCA, o Casa de las Américas e o Guimarães Rosa. No ano de 1998, edita Terratreme, poesia, livro que recebeu o Prêmio Bolsa de Literatura, pela Fundação Cultural do DF. Durante nove anos dirigiu o Centro de Estudos Brasileiros da Embaixada do Brasil em Caracas. É Doutor em Literatura pela UnB. Em 2000, publica o livro de poemas Andarilho, da ed. 7Letras. Em 2004, sai Eterno Passageiro (Ed. Varanda). Em 2005, pela Ed. LGE, lança o romance O viúvo, que o crítico Adelto Gonçalves chamou “de uma das primeiras obras primas da literatura brasileira do séc. XXI”. Em 2007 lançou dois livros: Manual de Tortura (Esquina da Palavra, contos, 2007) e A Ideologia do personagem brasileiro (Editora da UnB, ensaio, 2007). Em 2009, sai A máquina das mãos, poemas, publicado pela 7Letras, que ganhou o Prêmio de Poesia 2010, da Academia Brasileira de Letras. Em dezembro de 2010 lança o romance Um homem é muito pouco. Memória dos Porcos é publicado em 2012. O difícil exercício das cinzas, de 2014, é seguido pelo livro de ensaios A cidade na literatura (2016) e, mais recente, Matadouro de Vozes (2018)
terça-feira, 8 de fevereiro de 2022
Garrincha, alegria do povo, poema RCF
Em
algum lugar,
estrela solitária,
estarás brilhando como Macunaíma,
Herói de nossa raça,
Cantinflas do Maracanã,
confirmando
então
que Deus escreve certo por pernas
tortas.
Cabo
Garrincha,
servindo no 3 quartel do
século,
subordinado a General
Severiano,
sentido!
Que
sentido tem as pernas
vazias,
caminhantes,
sem bola?
Tu,
homem de lata
– como os cachorros –,
leão medroso,
espantalho alvinegro
– os corvos te dão injeção –,
sucumbes,
ao alarido
da geral,
coro de
insanos do coliseu.
Agora
vives nos noventa minutos
da
eternidade.
Onde só há empate,
numa partida sem fim,
driblando o tempo,
no replay das coisas imutáveis.
Onde
estão teus companheiros de time?
Time dos bêbados, desastrados,
jogadores de bilhar de
subúrbio,
ingênuos, anotadores de
jogo de bicho,
párias e poetas,
que têm a mesma sensação tua
um minuto antes da
morte:
chutar a gol fechado por
11 goleiros.
Quando
desapareces da
memória
dos homens
que te viram,
os filmes não revelarão
a mágica dos teus dribles
– os filmes não têm
cheiro, não suam nem pulsam–
e serás apenas mito
que
é uma história
contada
pela
imaginação dos homens.
Alegria do povo
Em
algum lugar,
estrela solitária,
estarás brilhando como Macunaíma,
Herói de nossa raça,
Cantinflas do Maracanã,
confirmando
então
que Deus escreve certo por pernas
tortas.
Cabo
Garrincha,
servindo no 3 quartel do
século,
subordinado a General
Severiano,
sentido!
Que
sentido tem as pernas
vazias,
caminhantes,
sem bola?
Tu,
homem de lata
– como os cachorros –,
leão medroso,
espantalho alvinegro
– os corvos te dão injeção –,
sucumbes,
ao alarido
da geral,
coro de
insanos do coliseu.
Agora
vives nos noventa minutos
da
eternidade.
Onde só há empate,
numa partida sem fim,
driblando o tempo,
no replay das coisas imutáveis.
Onde
estão teus companheiros de time?
Time dos bêbados, desastrados,
jogadores de bilhar de
subúrbio,
ingênuos, anotadores de
jogo de bicho,
párias e poetas,
que têm a mesma sensação tua
um minuto antes da
morte:
chutar a gol fechado por
11 goleiros.
Quando
desapareces da
memória
dos homens
que te viram,
os filmes não revelarão
a mágica dos teus dribles
– os filmes não têm
cheiro, não suam nem pulsam–
e serás apenas mito
que
é uma história
contada
pela
imaginação dos homens.
ganhou, entre outros, os prêmios de Revelação de Autor da APCA, o Casa de las Américas e o Guimarães Rosa. No ano de 1998, edita Terratreme, poesia, livro que recebeu o Prêmio Bolsa de Literatura, pela Fundação Cultural do DF. Durante nove anos dirigiu o Centro de Estudos Brasileiros da Embaixada do Brasil em Caracas. É Doutor em Literatura pela UnB. Em 2000, publica o livro de poemas Andarilho, da ed. 7Letras. Em 2004, sai Eterno Passageiro (Ed. Varanda). Em 2005, pela Ed. LGE, lança o romance O viúvo, que o crítico Adelto Gonçalves chamou “de uma das primeiras obras primas da literatura brasileira do séc. XXI”. Em 2007 lançou dois livros: Manual de Tortura (Esquina da Palavra, contos, 2007) e A Ideologia do personagem brasileiro (Editora da UnB, ensaio, 2007). Em 2009, sai A máquina das mãos, poemas, publicado pela 7Letras, que ganhou o Prêmio de Poesia 2010, da Academia Brasileira de Letras. Em dezembro de 2010 lança o romance Um homem é muito pouco. Memória dos Porcos é publicado em 2012. O difícil exercício das cinzas, de 2014, é seguido pelo livro de ensaios A cidade na literatura (2016) e, mais recente, Matadouro de Vozes (2018)