Poesia Sempre
Para Danilo Gomes
São três gerações de grandes poetas. A primeira é representada por Alphonsus de Guimaraens (1870-1921), que a crítica mais exigente considera, ao lado do catarinense Cruz e Sousa, um dos nomes nucleares do simbolismo brasileiro. Na visão especializada do saudoso professor Lauro Junkes, o mineiro Alphonsus (pseudônimo de João Henriques da Costa Guimarães) foi o poeta do "amor inextinguível, do sonho místico, da suave melancolia nostálgica, da fé religiosa e mariana, do ocaso e da morte."
Pai de quatorze (!) filhos, um deles, o caçula, também foi poeta: o formidável sonetista Alphonsus de Guimaraens Filho (Afonso Henriques de Guimaraens), nascido em Mariana, MG, em 1918. Viveu longos anos em Brasília, a partir de 1961, aqui participou de diversas antologias poéticas, todas organizadas por Joanyr de Oliveira, e foi um dos fundadores, em 1963, da Associação Nacional de Escritores (ANE). Seu livro de estreia, LUME DE ESTRELAS (1940), foi premiado pela Academia Brasileira de Letras e elogiado por Mário de Andrade e Manuel Bandeira, para quem os versos do poeta de 22 anos "revelavam em grau invulgar fina sensibilidade, forte imaginação verbal e técnica segura."
Ao contrário de seu genitor, morto precocemente poucos dias antes de completar 51 anos, Alphonsus de Guimaraens Filho foi um homem longevo, falecendo em 2008, aos 90 anos de idade, na Cidade Maravilhosa. Um de seus três filhos, assinalando a terceira geração de poetas, na mesma família, é o belo-horizontino Afonso Henriques (de Guimaraens) Neto, que se destacou, inicialmente, ao figurar, em 1976, na célebre antologia 26 POETAS HOJE, marcante aventura literária de Heloísa Buarque de Holanda.
Avô, filho e neto poetas, uma famíla dedicada, geração após geração, a uma das atividades mais nobres da civilização humana, exaltada, ao longo dos séculos, pelos povos mais cultos e por aqueles que, como o nosso, também almejam o reconhecimento de suas conquistas intelectuais.
Afonso Henriques Neto, recentemente empossado na Cadeira n° 4 da centenária Academia Mineira de Letras, vem, também, de assumir a editoria geral da revista POESIA SEMPRE, da Fundação Biblioteca Nacional, sabidamente a mais importante publicação do gênero entre nós, por cuja direção já passaram poetas da estatura de Antonio Carlos Secchin, Affonso Romano de Sant'Anna e Marco Lucchesi. Além da afortunada tradição e de seus próprios e sólidos recursos poéticos, o novo editor de POESIA SEMPRE carrega no coração o símbolo vitorioso do Fluminense Futebol Clube. Nada mais lhe falta.
FABIO DE SOUSA COUTINHO, advogado e bibliófilo, é membro titular do PEN Clube do Brasil e da Academia de Letras do Brasil (ALB).
Para Danilo Gomes
São três gerações de grandes poetas. A primeira é representada por Alphonsus de Guimaraens (1870-1921), que a crítica mais exigente considera, ao lado do catarinense Cruz e Sousa, um dos nomes nucleares do simbolismo brasileiro. Na visão especializada do saudoso professor Lauro Junkes, o mineiro Alphonsus (pseudônimo de João Henriques da Costa Guimarães) foi o poeta do "amor inextinguível, do sonho místico, da suave melancolia nostálgica, da fé religiosa e mariana, do ocaso e da morte."
Pai de quatorze (!) filhos, um deles, o caçula, também foi poeta: o formidável sonetista Alphonsus de Guimaraens Filho (Afonso Henriques de Guimaraens), nascido em Mariana, MG, em 1918. Viveu longos anos em Brasília, a partir de 1961, aqui participou de diversas antologias poéticas, todas organizadas por Joanyr de Oliveira, e foi um dos fundadores, em 1963, da Associação Nacional de Escritores (ANE). Seu livro de estreia, LUME DE ESTRELAS (1940), foi premiado pela Academia Brasileira de Letras e elogiado por Mário de Andrade e Manuel Bandeira, para quem os versos do poeta de 22 anos "revelavam em grau invulgar fina sensibilidade, forte imaginação verbal e técnica segura."
Ao contrário de seu genitor, morto precocemente poucos dias antes de completar 51 anos, Alphonsus de Guimaraens Filho foi um homem longevo, falecendo em 2008, aos 90 anos de idade, na Cidade Maravilhosa. Um de seus três filhos, assinalando a terceira geração de poetas, na mesma família, é o belo-horizontino Afonso Henriques (de Guimaraens) Neto, que se destacou, inicialmente, ao figurar, em 1976, na célebre antologia 26 POETAS HOJE, marcante aventura literária de Heloísa Buarque de Holanda.
Avô, filho e neto poetas, uma famíla dedicada, geração após geração, a uma das atividades mais nobres da civilização humana, exaltada, ao longo dos séculos, pelos povos mais cultos e por aqueles que, como o nosso, também almejam o reconhecimento de suas conquistas intelectuais.
Afonso Henriques Neto, recentemente empossado na Cadeira n° 4 da centenária Academia Mineira de Letras, vem, também, de assumir a editoria geral da revista POESIA SEMPRE, da Fundação Biblioteca Nacional, sabidamente a mais importante publicação do gênero entre nós, por cuja direção já passaram poetas da estatura de Antonio Carlos Secchin, Affonso Romano de Sant'Anna e Marco Lucchesi. Além da afortunada tradição e de seus próprios e sólidos recursos poéticos, o novo editor de POESIA SEMPRE carrega no coração o símbolo vitorioso do Fluminense Futebol Clube. Nada mais lhe falta.
FABIO DE SOUSA COUTINHO, advogado e bibliófilo, é membro titular do PEN Clube do Brasil e da Academia de Letras do Brasil (ALB).