sexta-feira, 7 de maio de 2021
Cartão Poético III
ganhou, entre outros, os prêmios de Revelação de Autor da APCA, o Casa de las Américas e o Guimarães Rosa. No ano de 1998, edita Terratreme, poesia, livro que recebeu o Prêmio Bolsa de Literatura, pela Fundação Cultural do DF. Durante nove anos dirigiu o Centro de Estudos Brasileiros da Embaixada do Brasil em Caracas. É Doutor em Literatura pela UnB. Em 2000, publica o livro de poemas Andarilho, da ed. 7Letras. Em 2004, sai Eterno Passageiro (Ed. Varanda). Em 2005, pela Ed. LGE, lança o romance O viúvo, que o crítico Adelto Gonçalves chamou “de uma das primeiras obras primas da literatura brasileira do séc. XXI”. Em 2007 lançou dois livros: Manual de Tortura (Esquina da Palavra, contos, 2007) e A Ideologia do personagem brasileiro (Editora da UnB, ensaio, 2007). Em 2009, sai A máquina das mãos, poemas, publicado pela 7Letras, que ganhou o Prêmio de Poesia 2010, da Academia Brasileira de Letras. Em dezembro de 2010 lança o romance Um homem é muito pouco. Memória dos Porcos é publicado em 2012. O difícil exercício das cinzas, de 2014, é seguido pelo livro de ensaios A cidade na literatura (2016) e, mais recente, Matadouro de Vozes (2018)
quinta-feira, 6 de maio de 2021
Outubro, poema de Ronaldo Costa Fernandses
Odeio as geladeiras
que conservam corpos esquartejados;
as agendas que escrevem à mão o futuro.
Os cães daqui de casa latem para o sol
como os lobos para a lua.
Não são duas faces da mesma moeda,
mas as duas moedas da mesma face da vida.
Quero ser uno e dois,
aprender com a disciplina dos becos,
lá onde a saída é a entrada.
Quero ser estático e andarilho,
aprender com a disciplina dos rios
que se movem sem sair do lugar.
(do livro Eterno Passageiro, Ed. Varanda, Brasília, 2004)
imagem retirada da internet: francis bacon
ganhou, entre outros, os prêmios de Revelação de Autor da APCA, o Casa de las Américas e o Guimarães Rosa. No ano de 1998, edita Terratreme, poesia, livro que recebeu o Prêmio Bolsa de Literatura, pela Fundação Cultural do DF. Durante nove anos dirigiu o Centro de Estudos Brasileiros da Embaixada do Brasil em Caracas. É Doutor em Literatura pela UnB. Em 2000, publica o livro de poemas Andarilho, da ed. 7Letras. Em 2004, sai Eterno Passageiro (Ed. Varanda). Em 2005, pela Ed. LGE, lança o romance O viúvo, que o crítico Adelto Gonçalves chamou “de uma das primeiras obras primas da literatura brasileira do séc. XXI”. Em 2007 lançou dois livros: Manual de Tortura (Esquina da Palavra, contos, 2007) e A Ideologia do personagem brasileiro (Editora da UnB, ensaio, 2007). Em 2009, sai A máquina das mãos, poemas, publicado pela 7Letras, que ganhou o Prêmio de Poesia 2010, da Academia Brasileira de Letras. Em dezembro de 2010 lança o romance Um homem é muito pouco. Memória dos Porcos é publicado em 2012. O difícil exercício das cinzas, de 2014, é seguido pelo livro de ensaios A cidade na literatura (2016) e, mais recente, Matadouro de Vozes (2018)
terça-feira, 4 de maio de 2021
Procura-se, poema de Matadouro de vozes
Otto Dix |
O muro das minhas lamentações
tem um cartaz de busca-se vivo ou morto.
A única recompensa
é um saco cheio de vazio,
a cara de esfinge
e a coroa dos deserdados.
Como perseguir
o que se esconde em nós?
Pássaros negros
e distúrbios turcos
murmurejam na juventude das janelas
e me perguntam se já encontrei
o que não havia perdido.
O faroeste que não me deixa em paz
e o vilarejo do pó ao pó voltarás.
O deserto de atirar nas sombras
e acertar o alvo móvel dos afetos.
Uma grade é uma imagem de lápis
com os quais não se pode escrever.
Buscar vivo ou morto
o sentimento de recompensa.
E para isso é preciso encarcerar,
este sim, o falsário das emoções
e deixar de infringir
as leis da natureza.
ganhou, entre outros, os prêmios de Revelação de Autor da APCA, o Casa de las Américas e o Guimarães Rosa. No ano de 1998, edita Terratreme, poesia, livro que recebeu o Prêmio Bolsa de Literatura, pela Fundação Cultural do DF. Durante nove anos dirigiu o Centro de Estudos Brasileiros da Embaixada do Brasil em Caracas. É Doutor em Literatura pela UnB. Em 2000, publica o livro de poemas Andarilho, da ed. 7Letras. Em 2004, sai Eterno Passageiro (Ed. Varanda). Em 2005, pela Ed. LGE, lança o romance O viúvo, que o crítico Adelto Gonçalves chamou “de uma das primeiras obras primas da literatura brasileira do séc. XXI”. Em 2007 lançou dois livros: Manual de Tortura (Esquina da Palavra, contos, 2007) e A Ideologia do personagem brasileiro (Editora da UnB, ensaio, 2007). Em 2009, sai A máquina das mãos, poemas, publicado pela 7Letras, que ganhou o Prêmio de Poesia 2010, da Academia Brasileira de Letras. Em dezembro de 2010 lança o romance Um homem é muito pouco. Memória dos Porcos é publicado em 2012. O difícil exercício das cinzas, de 2014, é seguido pelo livro de ensaios A cidade na literatura (2016) e, mais recente, Matadouro de Vozes (2018)
domingo, 2 de maio de 2021
Les morts, poema Os mortos, tradução francesa de Manuela Colombo
Les morts
Tous les morts sont un seul mort,
tout mort est tous les morts.
Chaque mort est une métonymie ensevelie.
La splendeur dorée des églises
me dit que Dieu a ordonné
que le paradis soit d'or,
lui qui a tant aimé faire
les choses terrestres à l'égal des choses divines.
Ou l'homme est-il seulement à Son image et ressemblance ?
Et l'enfer est-il à l'image et ressemblance de la terre ?
Là, dans cette splendeur dorée,
sont mes morts,
silencieux, étonnés
sans comprendre combien douloureuse
était cette soi-disant vie.
Tradução: Manuela Colombo
ganhou, entre outros, os prêmios de Revelação de Autor da APCA, o Casa de las Américas e o Guimarães Rosa. No ano de 1998, edita Terratreme, poesia, livro que recebeu o Prêmio Bolsa de Literatura, pela Fundação Cultural do DF. Durante nove anos dirigiu o Centro de Estudos Brasileiros da Embaixada do Brasil em Caracas. É Doutor em Literatura pela UnB. Em 2000, publica o livro de poemas Andarilho, da ed. 7Letras. Em 2004, sai Eterno Passageiro (Ed. Varanda). Em 2005, pela Ed. LGE, lança o romance O viúvo, que o crítico Adelto Gonçalves chamou “de uma das primeiras obras primas da literatura brasileira do séc. XXI”. Em 2007 lançou dois livros: Manual de Tortura (Esquina da Palavra, contos, 2007) e A Ideologia do personagem brasileiro (Editora da UnB, ensaio, 2007). Em 2009, sai A máquina das mãos, poemas, publicado pela 7Letras, que ganhou o Prêmio de Poesia 2010, da Academia Brasileira de Letras. Em dezembro de 2010 lança o romance Um homem é muito pouco. Memória dos Porcos é publicado em 2012. O difícil exercício das cinzas, de 2014, é seguido pelo livro de ensaios A cidade na literatura (2016) e, mais recente, Matadouro de Vozes (2018)
Exílio, poema RCF
Nascer foi uma guerra,
com sangue, suor e lágrimas.
A porta da rua
– minha fronteira –
faz de casa minha pátria.
Fora dela , vivo na ilegalidade.
Ao fim do dia, me tranco
no meu campo de refugiado.
Sei, contudo, que só estarei
em total privacidade na morte.
Estou farto de revistar
minha alma clandestina.
Me contrabandeio
cada vez que passo
na aduana da rotina.
Tenho medo de que não carimbem
o visto de entrada na vida.
Amanhã lerei o jornal
– dossiê das violências –
que não traz o nada consta
da minha vazia existência.
(Memória dos porcos. Rio: 7Letras, 2012)
(foto: hreinn friöfinnsson)
ganhou, entre outros, os prêmios de Revelação de Autor da APCA, o Casa de las Américas e o Guimarães Rosa. No ano de 1998, edita Terratreme, poesia, livro que recebeu o Prêmio Bolsa de Literatura, pela Fundação Cultural do DF. Durante nove anos dirigiu o Centro de Estudos Brasileiros da Embaixada do Brasil em Caracas. É Doutor em Literatura pela UnB. Em 2000, publica o livro de poemas Andarilho, da ed. 7Letras. Em 2004, sai Eterno Passageiro (Ed. Varanda). Em 2005, pela Ed. LGE, lança o romance O viúvo, que o crítico Adelto Gonçalves chamou “de uma das primeiras obras primas da literatura brasileira do séc. XXI”. Em 2007 lançou dois livros: Manual de Tortura (Esquina da Palavra, contos, 2007) e A Ideologia do personagem brasileiro (Editora da UnB, ensaio, 2007). Em 2009, sai A máquina das mãos, poemas, publicado pela 7Letras, que ganhou o Prêmio de Poesia 2010, da Academia Brasileira de Letras. Em dezembro de 2010 lança o romance Um homem é muito pouco. Memória dos Porcos é publicado em 2012. O difícil exercício das cinzas, de 2014, é seguido pelo livro de ensaios A cidade na literatura (2016) e, mais recente, Matadouro de Vozes (2018)
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