domingo, 15 de agosto de 2021

Anatomia do pó, poema RCF





I

Essa invisibilidade me corrompe.
A que espécie de tédio pertence o pó?

II

O grão do pó se materializa
em camadas de memórias abandonadas.

III

Pele porosa de terra.
Superfície sobre superfície.
Um bicho de duas peles.

 


 
(Eterno passageiro, 2004)
 
imagem retirada da internet: vermeer