Não se pode fugir do que se é
e o que sou é fuga.
Os ventos abrem
seus braços de palmeiras
e eriçam os pelos do mundo.
A truncada luz
lança-se à vigília
como a água que lenta
e musculosa escorre pela memória
e cai na inquisição da aridez.
Não se pode fugir do que se é
e o que sou é fuga.
Os ventos abrem
seus braços de palmeiras
e eriçam os pelos do mundo.
A truncada luz
lança-se à vigília
como a água que lenta
e musculosa escorre pela memória
e cai na inquisição da aridez.
Dois
amantes
estão
sempre fora do tempo;
os
amantes se afogam
no
big-bang do orgasmo.
O
silêncio fala obscenidades.
Lá
fora o mundo
é
um cinema mudo.
Corpos
elétricos
criam
a única realidade:
o
pulsar do infinito num segundo.
Receio
redemoinho
em
sua cólica
que
liquidifica
as
telhas da certeza.