quinta-feira, 23 de novembro de 2023

O monstro da razão, poema

 


 


 

 

 

 

Não se pode fugir do que se é

e o que sou é fuga.

Os ventos abrem

seus braços de palmeiras

e eriçam os pelos do mundo.

 

A truncada luz

lança-se à vigília

como a água que lenta

e musculosa escorre pela memória

e cai na inquisição da aridez.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

domingo, 19 de novembro de 2023

Só o silêncio da noite, poema

 

 









 

 

 

Dois amantes

estão sempre fora do tempo;

os amantes se afogam

no big-bang do orgasmo.

O silêncio fala obscenidades.

Lá fora o mundo

é um cinema mudo.

Corpos elétricos

criam a única realidade:

o pulsar do infinito num segundo.

Receio redemoinho

em sua cólica

que liquidifica

as telhas da certeza.