Procuro minha veia poética
com a agulha das palavras.
A seringa empuxa
sem êmbolo
e de lá sai
um substantivo sem ferro
e uma nota de tinta
que mancha meu nome.
Minha pluma,
decaída, sem voo,
desenha o pavão dos horrores.
Passei a noite
entre rabiscos
esboçando-me
que pena tenho de mim.
Minha veia poética
é tinta.
A anemia,
moléstia contagiosa,
irriga as folhas em branco.