terça-feira, 9 de janeiro de 2024

Veia poética, poema

 



 

 

 

Procuro minha veia poética

com a agulha das palavras.

A seringa empuxa

sem êmbolo

e de lá sai

um substantivo sem ferro

e uma nota de tinta

que mancha meu nome.

 

Minha pluma,

decaída, sem voo,

desenha o pavão dos horrores.

Passei a noite

entre rabiscos

esboçando-me

que pena tenho de mim.

 

Minha veia poética

é tinta.

 

A anemia,

moléstia contagiosa,

irriga as folhas em branco.

 

 

 

 

 

 

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