segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

BRAVURA INDÔMITA

                                                                                              

Carlos Tavares
Carlos Tavares é escritor e jornalista do Correio Braziliense.


                A nova versão de Bravura indômita, assinada pelos irmãos Cohen, reafirma o talento e a competência dos autores dos premiados Fargo e Onde os fracos não têm vez. Joel (1954) e Ethan (1957) já disseram em diversas entrevistas que privilegiaram o livro de Charles Portis, recém-reeditado pela Alfaguara, na esteira do filme que disputa 10 Oscars; e que só assistiram à adaptação de Henry Hathaway, de 1969, com John Wayne, no papel do agente Cogburn, uma vez, quando eram adolescentes.
          Realmente, quem conhece o clássico e vê o “remake”, desta vez com Jeff Bridges na pele de Cogburn, vai perceber nítidas alterações de adaptação, de ponto de vista, de foco narrativo, de enredo, e notará, também, que os Cohen procuraram ao máximo se distanciar da obra de Hathaway. E conseguiram. Os filmes - embora paridos de uma mesma célula-máter - são bem diferentes, a ponto de ser difícil (ou de não ser necessário) fazer comparações.
          São obras recriadas por profissionais de alto nível, é o que interessa. Feitas em dois tempos separados por mudanças drásticas na sétima arte - e no mundo -, fazem prevalecer a certeza de que não existe nada de novo sob o sol, como diz o Eclesiastes; mas que vale a pena tentar. Basta assistir os dois filmes para conferir.
           Quem não se lembra, Henry Hathaway (1898-1985) é o mesmo que dirigiu os clássicos Nevada Smith (1966), com Steven McQueen e Karl Maden, O beijo da morte (1947), com Victor Mature e Richard Widmark e Lanceiros da Índia (1935), com Gary Cooper, que concorreu a sete Oscars, em 1936, levando apenas o de melhor assistente de direção, para Paul Wing e Clem Beauchamp.  

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