A casa não se acaba na soleira,
nem na laje, onde pássaros se escondem.
A casa só se acaba quando morrem
os sonhos inquilinos de um homem.
Caminha no meu corpo abstrata e viva,
vibrando na lembrança como imagem
de tudo que não vai morrer, embora
as maçãs apodreçam na paisagem.
Sob o ríspido sol do meio-dia,
me desmorono diante dela, e tonto
bato a porta de ser ontem alegria.
O silêncio transborda pelo forro.
E eu já não sei o que fazer de tanto
passado vindo em busca de socorro.
(imagem retirada da internet: gaudí, casa batló)
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