Ah, meus irmãos, o primo Severino,
morto já e em silêncio resguardado,
mas semeando estrelas no divino
campo, onde pasta, livre, do outro lado
dos nossos sonhos, um rebanho fino
de carneiros de nuvens, pastoreando,
dia e noite, no azul, por um menino
que é nosso irmão no leve e no pesado.
Ah, o açude infinito, onde o imagino
querendo agora atravessá-lo a nado,
e o quanto ele trocou pelo destino
de fechar-se no azul e, assim fechado,
dominar uma paz que não domino,
nesta perdida guerra do passado.
(in: Colégio dos ventos)
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