EAST COKER
(trecho inicial da parte I)
Em meu princípio está meu fim. Umas após as outras
As casas se levantam e tombam, desmoronam, são
[ ampliadas,
Removidas, destruídas, restauradas, ou em seu lugar
Irrompe um campo aberto, uma usina, um atalho.
Velhas pedras para novas construções, velhos lenhos
[ para novas chamas,
Velhas chamas em cinzas convertidas, e cinzas sobre
[ a terra semeadas,
Terra agora feita carne, pele e fezes,
Ossos de homens e bestas, trigais e folhas.
As casas vivem e morrem: há um tempo para
[ construir
E um tempo para viver e conceber
E um tempo para o vento estilhaçar as trêmulas
[ vidraças
E sacudir o lambril onde vagueia o rato silvestre
E sacudir as tapeçarias em farrapos tecidas com a
[ silente legenda.
Em meu princípio está meu fim. Agora a luz declina
Sobre o campo aberto, abandonando a recôndita
[ vereda
Cerrada pelos ramos, sombra na tarde,
Ali, onde te encolher junto ao barranco enquanto
[ passa um caminhão,
E a recôndita vereda insiste
Rumo à aldeia, ao aquecimento elétrico
Hipnotizada. Na tépida neblina, a luz abafada
É absorvida, irrefratada, pela rocha grisalha.
As dálias dormem no silêncio vazio.
Aguarda a coruja prematura.
(tradução Carlos Machado)
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