A visão dos teus quartos
O parlamento do corpo
na assembléia de membros,
tua bunda,
tuas duas luas nuas,
o sistema solar do assoalho,
os olhos chineses da persiana,
e, tu, na ventriloquia do telefone.
Tu, que és distúrbio,
multidão de uma só pessoa,
passeata de sopranos e bombardinos,
me lanças coquetéis molotovs
e me incendeias com a gasolina dos teus cheiros.
Os poros como ventosas,
os pelos se eriçam como línguas tremelicantes.
Cai a chuva amarela da luz dos postes.
Meus dedos têm memória:
tocam o espinho de carne do teu seio.
Teu biquinho do peito
como o segredo do cofre,
vou rodando até fazer clic
e aí teu coração – ou o tesão – se abre.
(do livro Andarilho, Rio, 7Letras, 2000)
imagem retirada da internet
Di Cavalcanti |
A visão dos teus quartos
O parlamento do corpo
na assembléia de membros,
tua bunda,
tuas duas luas nuas,
o sistema solar do assoalho,
os olhos chineses da persiana,
e, tu, na ventriloquia do telefone.
Tu, que és distúrbio,
multidão de uma só pessoa,
passeata de sopranos e bombardinos,
me lanças coquetéis molotovs
e me incendeias com a gasolina dos teus cheiros.
Os poros como ventosas,
os pelos se eriçam como línguas tremelicantes.
Cai a chuva amarela da luz dos postes.
Meus dedos têm memória:
tocam o espinho de carne do teu seio.
Teu biquinho do peito
como o segredo do cofre,
vou rodando até fazer clic
e aí teu coração – ou o tesão – se abre.
(do livro Andarilho, Rio, 7Letras, 2000)
imagem retirada da internet
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