Encontraremos o clarinete dos uivos
antes de aborrecer as paredes.
A areia movediça das interrogações
nos moerá
e a numismática dos retratos 3x 4
revelará
o susto impresso.
No bolso, as chaves criam
o molho do destempero.
Ainda ouviremos o pio das freadas
inquietando o acelerador de nervos.
Cai uma chuva
de pingos que exclamam
e chaves de interrogação
que não encontram
a resposta das portas.
(do livro Matadouro de vozes. Rio: 7Letras, 2018)
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