Na
dieta dos dias,
nuvens
pesadas
amadurecem
a realidade.
Meus
olhos
se
cansam de tanta lucidez.
O
dia se torna então
um
corpo de delito
e
sinto que meus gestos
são
policiados pela melancolia.
A
prova dos nove
é
o terrorismo do meu pensamento.
Já
há muito tempo
devia
ter encarcerado
as
ideias de crime e castigo.
Sei
que a felicidade
é
uma maria joana
que
a gente inala a pele olorosa
das
ervas e planta nossa inocência.
Mas
sou triste,
triste
como um carneiro.
Todos
os carneiros são tristes
como
o agnus dei.
Na
dieta da lucidez,
meus
olhos assassinam
o
maduro fruto do paraíso
–
essa coisa de
maduro
fruto do paraíso
é
bom para fazer propaganda de motel.
Na
cama elástica
das
minhas melancolias,
faz
acrobacia a infância
que
dá três cambalhotas
e
cai fora do picadeiro da vida.
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