domingo, 24 de abril de 2011
Trêmula, poesia mexicana contemporânea
A palavra medo treme
Talvez porque tenha nascido sem armas
Não tem dentadura nem forças nos membros
Faltam-lhe sombra e cabelos que a envolvam
É uma ideia imprecisa no ventre na garganta
Aperta os músculos e geme sem saber a causa
Vomita tudo aquilo que ainda não come
Esvazia-se antes de ser
Nessa palavra encolhida como coelho acuado se aninha o ar
o olhar interrogante que faz despontar o nariz
e cheira o passo de luz na floresta
tradução: Ronaldo C. Fernandes
José Ángel Leyva nasceu em Durango, México, em 1958. Poeta, narrador, editor, promotor cultural, jornalista. Dirigiu diversas publicações, entre elas, destacam-se as revistas de poesia Alforja e La Otra. Atualmente é coordenador de Publicações da Universidade Intercontinental.
ganhou, entre outros, os prêmios de Revelação de Autor da APCA, o Casa de las Américas e o Guimarães Rosa. No ano de 1998, edita Terratreme, poesia, livro que recebeu o Prêmio Bolsa de Literatura, pela Fundação Cultural do DF. Durante nove anos dirigiu o Centro de Estudos Brasileiros da Embaixada do Brasil em Caracas. É Doutor em Literatura pela UnB. Em 2000, publica o livro de poemas Andarilho, da ed. 7Letras. Em 2004, sai Eterno Passageiro (Ed. Varanda). Em 2005, pela Ed. LGE, lança o romance O viúvo, que o crítico Adelto Gonçalves chamou “de uma das primeiras obras primas da literatura brasileira do séc. XXI”. Em 2007 lançou dois livros: Manual de Tortura (Esquina da Palavra, contos, 2007) e A Ideologia do personagem brasileiro (Editora da UnB, ensaio, 2007). Em 2009, sai A máquina das mãos, poemas, publicado pela 7Letras, que ganhou o Prêmio de Poesia 2010, da Academia Brasileira de Letras. Em dezembro de 2010 lança o romance Um homem é muito pouco. Memória dos Porcos é publicado em 2012. O difícil exercício das cinzas, de 2014, é seguido pelo livro de ensaios A cidade na literatura (2016) e, mais recente, Matadouro de Vozes (2018)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário