O poeta mexicano Javier Sicilia escreveu seu último poema para o filho morto e percebeu que as palavras eram insuficientes. Sicilia é conhecido pela sua poesia e por ensaios (acabara de publicar artigo sobre Brecht e Camus). "A poesia não existe mais dentro de mim", afirmou o poeta.
Seu filho foi um dos mortos encontrados numa vala na cidade de Cuernavaca, México. Morreu o filho de Sicila, de 24 anos, por asfixia.
Javier Sicilia agora milita para protestar contra o narcotráfico e a favor da paz. A morte do filho foi a forma mais cruel de calar um poeta.
De volta das Filipinas, onde recebeu a notícia, escreveu no avião seu último poema:
O mundo já não é digno da palavra
Afogaram-na dentro de nós
Da mesma maneira que te asfixiaram
Como se tirassem teus pulmões
E a dor não posso extirpá-la de mim
Somente resta um mundo
Pelo silêncio dos justos
Somente por teu silêncio e por meu silêncio, meu pequeno João.
imagem retirada da internet:cnn
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