Numa dessas Bienais de São Paulo,
vi de longe, sozinho, passarinho,
o poeta Mário Quintana.
Durante anos a imagem – peixe azul – me perseguiu.
Por fim, entendi a recorrência:
Mário Quintana era móbile,
magra body-art,
andar performático,
existência conceitual,
em seus parangolés de ossos e calvícies,
em sua lígias & papes
de velho movido a arame,
seu corpo virtual,
ali, entre os cimentos desarmados do Ibirapuera.
(do livro Eterno passageiro, 2004)
imagem retirada da internet: mario quintana
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