Meditações de Frei Martinho de Nantes
6
Entre o grito e eco,
Luz repentina:
céu a sucumbir nas folhas,
futuro na neblina dos espelhos:
um rosto.
Entre o eco e o grito,
uma nudez repartida,
campo sem flores,
o estima na porta:
a Mão.
Entre o grito e o eco,
inquietos ramos.
E essas vozes aquáticas
vertidas no despenhadeiro
dos dias.
Everardo Norões é um dos poetas mais vigorosos da atualidade. Este poema é do livro Retábulo de Jerônimo Bosch, ed. 7Letras, 2008.
Nenhum comentário:
Postar um comentário