Os pássaros minam a imobilidade do azul,
sob a luz do sol que os encapa.
Vagueiam em sua rota no céu,
que não tem caminho nem trilha
pois todo voo logo anula a estrada.
O homem deveria deixar de ser
fazedor de caminhos,
aprender a não prover estrada,
sem pista que o eleve,
a apagar a rota tão logo desenhada,
a borrar o que foi feito,
sem rumo que o defina.
(do livro Memória dos porcos. 2012)
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