Veritas
Se
fosse pura, límpida a amizade
que
revelaste um dia com teu beijo;se te não fora simples leviandade,
porém virtude excelsa que desejo;
se,
não da carne vil que em ti rebrade,
mas
de peito pudico num lampejo,partira a furibunda tempestade
dos arroubos de amor que ainda revejo;
não
trocarias tão irrefletida
a
paz do nosso amor, o ninho quentepelos prazeres fúteis desta vida;
não
furtarias a meu lábio ardente
a
morna taça, em parte já bebida,do amor fingido que teu peito sente.
São
Luís, 1935
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