Há as intimidades viscerais
como o lápis e o dedo,
o cão e a coleira,
o pente e seu cabelo
e a morte e seus vermes.
Há intimidades que são prolongações
como ainda o lápis e a mão
– o lápis seria um só dedo
que escreve ou o sexto dedo de grafite –,
a bengala e o cego
que enxerga por uma terceira perna;
a pedra e o estilingue
que lança a primeira
num voo mecânico e lembra
que o avião também é uma pedra
lançada por um bodoque
de tecnologia e querosene.
Mas a intimidade maior
está no homem e suas pernas
que o levam aonde quer chegar.
Mais íntimo do homem
é o seu desejo,
que é íntimo do seu corpo
e mais íntimo ainda do espírito,
mas o desejo leva o homem a enxergar,
Há intimidades que são prolongações
como ainda o lápis e a mão
– o lápis seria um só dedo
que escreve ou o sexto dedo de grafite –,
a bengala e o cego
que enxerga por uma terceira perna;
a pedra e o estilingue
que lança a primeira
num voo mecânico e lembra
que o avião também é uma pedra
lançada por um bodoque
de tecnologia e querosene.
Mas a intimidade maior
está no homem e suas pernas
que o levam aonde quer chegar.
Mais íntimo do homem
é o seu desejo,
que é íntimo do seu corpo
e mais íntimo ainda do espírito,
mas o desejo leva o homem a enxergar,
a desenhar sua profissão,
a arrumar-se ao espelho da modéstia,
a lançar-se no voo livre,
lograr o sonho, íntimo dos destinos desfeitos.
(O difícil exercício das cinzas. 2014)
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