Minhas pernas são ponteiros sem relógio.
Minhas pernas caminham no salto alto da queda.
Há pernas góticas, finas e torcidas;
há pernas barrocas, gordas e bem torneadas;
há pernas de Gaudí, dispersas e ocas
como a Sagrada Família.
Minhas pernas têm vida angustiada
como um gato miando atrás da porta.
(do livro Andarilho, 2000)
imagem retirada da internet: armitage
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