Invocamos o vento. E o vento veio.
Vivificou nossas vidas sua voragem.
O vento multiplicou a nossa imagem
em espelhos de ar dentro do seio.
Temerosos do despedaçamento
expulsamos o vento. E veio a aragem.
Ah! Perdemos a grandeza da viagem,
a galopada pelo país do vento!
O vento de hoje tem um freio.
Sangra sua boca de tristeza.
Mitologia decepada em sua beleza,
nosso cavalo está partido ao meio.
É mudo o nitrir da sua mensagem.
Sem a fúria da crina, como o campo é feio!
Só velhos ossos do antigo vento
resgatam nosso horizonte da estreiteza.
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