quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Depois de tudo, Cassino Ricardo

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Mas tudo passou tão depressa.
Não consigo dormir agora.
Nunca o silêncio gritou tanto
 nas ruas da minha memória.

Como agarrar líquido o tempo
que pelos vãos dos dedos flui?

Meu coração é hoje um pássaro
pousado na árvore que eu fui.




(do livro Jeremias sem-chorar, 1967)


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