O gado caminha seu destino,
mastigando o caminho
como um aspirador de grama.
O gado e seu sacrifício,
esquartejado na mesa,
a famélica viagem do homem
no pasto e antipasto
da carne que devora carne.
O gado é uma poesia mansa
e gorda que passeia sua morte.
Quem disse que a poesia está
na leveza e nas plumas?
A poesia bovina marcha
a paciência e derrota
encarceradas na amplidão
como um aspirador de grama.
O gado e seu sacrifício,
esquartejado na mesa,
a famélica viagem do homem
no pasto e antipasto
da carne que devora carne.
O gado é uma poesia mansa
e gorda que passeia sua morte.
Quem disse que a poesia está
na leveza e nas plumas?
A poesia bovina marcha
a paciência e derrota
encarceradas na amplidão
dos pastos das horas,
a ruminação da entrega
pacífica à vida
ao ar comprimido
– mas dito livre –
das pradarias da servidão.
(O difícil exercício das cinzas. 2014)
a ruminação da entrega
pacífica à vida
ao ar comprimido
– mas dito livre –
das pradarias da servidão.
(O difícil exercício das cinzas. 2014)
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