Sentar-se à mesa do mundo
e ver a nova luta de classes:
os pequenos-hamburgueses
contra a dieta dos bóias-frias.
No mundo do McDonald’s
não há tempestade nem calor,
o sujeito no ar condicionado a viver
num balão de oxigênio.
O mundo infantilizado e virtual,
ainda comeremos sem tridimensionalidade,
bichos de videogame
que pastam número numa tela.
A música de câmara
do tilintar das caixas registradoras.
O fígado verde, o baço rubro, o coração azul,
as tripas lilás do homem de plástico
da aula do ginásio no Brasileiro de Almeida.
Oh, admirável mundo velho,
com suas máquinas primitivas,
seus antiquados transplantes
de córnea e fígado,
sua precária medicina de implantes de braço
e de chips no cérebro.
O mundo gira em torno da órbita
do olho;
só o olhar é que importa
e só o olhar nos sacia, mata a fome,
amaina a sede, nos dá sexo
e nos excreta.
(imagem retirada da internet: culturamix)
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