Sou máquina que cospe eternidade,
as linhas aqui não gemem,
os pontos imaginários não se pegam,
tudo é exatidão de tempo recortado.
Não há antes nem depois da fixa foto,
apenas o gesto do imóvel limite,
a faca do tempo com que me corto,
a vida mesmo kodak que me demite.
( Eterno passageiro, Brasília: Varanda, 2004)
imagem retirada da internet: otto dix
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