A tristeza sempre é mais pesada que o ar.
Cavalos marinhos galopam a pradaria das somas:
todos os dias é tomada
a tabuada da luz
até que um erro
leva à palmatória de zeros
e à dízima periódica do mal.
O meu balão de ensaio
se prepara para o ato final.O convento dos ventos
fornece malícias
para a prática
das celas ao ar livre.
O longo calado do silêncio
flui para frear as correntes
até tudo findar
ao suave desprezo das corredeiras.
Setembro se esvai por uma fresta.
(do livro Matadouro de vozes, 2018)
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