O rio sobe nas árvores
com suas garras de
lentidão
e seus olhos cheios
d’água.
A preguiça serpenteia
a blandície das águas,
quase é uma lagoa
se não lhe escapam mãos.
O bicho pertence a uma
época
quando não havia
velocidade
rumo ou destino ruidoso,
tudo era fantasia de
espaços,
a maré contida por pelos,
a morosidade dos braços
d’água.
O rio preguiça
não se captura,
flui em seu esforço
pluvial
de espécie a ser extinta:
a podridão dos ossos
e o rio a subir o arvoredo
do homem.
(Matadouro de vozes, 2018, 7Letras)
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