As janelas piscam
o olho maroto
para a vigília amarela
dos abajures.
Na água furtada,
o olho d’água é mágico
e mina acusações
de mirantes.
E a retina recolhe o lixo de luz dos espelhos.
Passava pela rua do Sol
e os sótãos
solfejavam domesticidade.
Não sei a escala
de música,
tudo o que ouço tem dó,
às vezes escuto
meu pensamento em falsete.
Quando durmo nas alturas
tenho a vertigem da calçada.
Prefiro a rua
aos passos domésticos
das viagens em volta
do meu quinto
dos infernos.
De noite, todos os olhos
são negros
e miram a palidez das adivinhações
que gostam de imitar a vida.
(do livro Matadouro de vozes. Rio: 7Letras, 2018)
o olho maroto
para a vigília amarela
dos abajures.
Na água furtada,
o olho d’água é mágico
e mina acusações
de mirantes.
E a retina recolhe o lixo de luz dos espelhos.
Passava pela rua do Sol
e os sótãos
solfejavam domesticidade.
Não sei a escala
de música,
tudo o que ouço tem dó,
às vezes escuto
meu pensamento em falsete.
Quando durmo nas alturas
tenho a vertigem da calçada.
Prefiro a rua
aos passos domésticos
das viagens em volta
do meu quinto
dos infernos.
De noite, todos os olhos
são negros
e miram a palidez das adivinhações
que gostam de imitar a vida.
(do livro Matadouro de vozes. Rio: 7Letras, 2018)
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