Saí
hoje vestido de terno.
A
ternura
não
é a alma em gala.
A
ternura é,
a
rigor,
um
traje esporte:
o
algodão doce,
o
pano quente,
a
seda das carícias.
O
molinete das sombras
provoca
em mim
a
multiplicação
dos
peixes das suspeitas.
A
memória roda gigante.
Procuro
minha veia poética
com
a agulha das palavras.
Cada
manhã me catapulto
da
cama
como
uma pedra
lançada
à cozinha.
(Matadouro de vozes, 2018)
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