O encantador de bonecos
mamulenga a vida,
dura como madeira,
dos homens de açúcar
que se dissolvem sob a água insalubre.
As linhas da vida
não estão nas palmas.
O titiriteiro tem voz de pano
e se veste de negro para o funeral do
mundo.
O estimado público,
que também é boneco,
titiriteia sem aplausos.
À noite,
deitados na peça do quarto
teatralizam
a existência de pau a pique.
A boca de cena
devora todos os sonhos
e vomita pela manhã
o enredo dos cabritos
que pastam a pedra do destino.
(foto: cia articularte)
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