Eis
que a garça
para
e, assim,
fixa,
é flor do cerrado.
Tomada
de susto,
abre asas,
é a flor que voa
assim como a flor
é a garça
fixa
no chão.
Vem,
me diz,
não és
garça e flor?
Assim,
fixa,
no cerrado dos meus olhos,
não expandes
a fixidez do teu olhar
– infinito e horizonte –
e
quando
teus cabelos voam,
qual as de garça
– graciosa –
não és
flor que voa?
(poema de Estrangeiro, Sette Letras, 1997)
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