Batizei-me
na pia abissal
quando
o Pai
me
afogou no mar Vermelho.
Não
fui muito católico,
culpa
da minha mãe igreja
que
me pariu.
Ordenei-me
no
seminário das palavras
e
percorri longos corredores
nos
conventos das letras.
Minha
hóstia é consagrada a Dante
e
coloquei a língua pra fora
aos
senhores da razão.
Comi
o croissant que o diabo
da
poesia francesa assou
e
pari com o suor do rosto
minha
bíblia de palavras pagãs
que
se chama literatura.
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